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A China abre as portas de seu bilionário mercado aos laticínios brasileiros

Em meados de 2019 uma notícia relacionada ao agronegócio, o motor da economia brasileira, passou praticamente despercebida por quase todos aqueles que não são diretamente ligados ao setor, mas que tem o potencial de criar uma importante fonte de divisas para o Brasil: a China, o país com o maior potencial de crescimento de consumo em todo o mundo finalmente abriu seu mercado aos produtores de laticínios brasileiros.


Inicialmente foram somente 24 empresas homologadas, mas esse número tende a crescer muito, dado o tamanho do mercado consumidor na China como um todo e, em especial, as taxas de crescimento do consumo de produtos lácteos nos últimos anos naquele país.


Antes de tratarmos do mercado atual na China, entretanto, vale ressaltar que historicamente os chineses nunca tiveram por hábito o consumo de laticínios, inclusive tendo desenvolvido uma certa repulsa a esses produtos. As principais causas disso são culturais (o consumo de laticínios, em especial queijos, sempre foram associados com as tribos nômades da região e, dessa forma, percebido como algo pouco refinado) e mesmo físicas (grande parte da população da Ásia desenvolveu intolerância à lactose, provavelmente pela falta de exposição a essa substância).


Foi somente a partir do início da abertura da economia chinesa, durante o governo de Deng Xiaoping (1978-1992) que os produtos e hábitos de consumo ocidentais começaram a ser conhecidos e apreciados na China. Atualmente, o consumo chinês de laticínios é dividido de uma forma extremamente desigual dentro de suas sub-categorias, pois 95% dele concentra-se em leite, iogurte e leite em pó, enquanto os 5% restantes referem-se a queijos, manteigas e demais produtos lácteos.


A Explosão do Mercado de Queijos na China


Embora dentro do total do consumo de laticínios os queijos representem ainda uma pequena parcela, o mercado chinês desse produto é considerado o mais promissor em todo o mundo, exatamente pelo potencial de crescimento que é previsto para os próximos anos. Para exemplificar essa visão, vamos a alguns números:


  • O volume de importações de queijo na China cresceu nada menos do que 50 vezes desde o ano 2000 até agora. Tal volume saltou de 2.000 toneladas (em 2000) para 108.000 toneladas (em 2017-18);

  • A taxa de crescimento no mercado de importação de queijo na China é de 27% ano ano;

  • Esses números ainda crescerão muito, pois o consumo per capita (por habitante/ano) na China é, hoje, de apenas 100 gramas anuais por habitante, enquanto em outros países asiáticos desenvolvidos como Japão e Coréia do Sul a quantidade é de 2,4kg e 2,6 kg respectivamente. Para efeitos comparativos, os Estados Unidos consomem 16,7Kg, a Argentina 11,6kg, e a Dinamarca (maior consumidor mundial per capita ) 27,7kg;

  • O próprio Governo Chinês incentiva o aumento do consumo de laticínios, pois adota as diretrizes da Sociedade Chinesa de Nutrição, que indica que o a quantidade diária consumida deve aumentar de 100g por dia para 300g;

Não por acaso, praticamente todos os países produtores do mundo estão com sua atenção focada no mercado Chinês. A entidade que representa o setor nos Estados Unidos (U.S Dairy Export Council) fez, em um artigo, uma previsão: o China se tornará o maior mercado consumidor de queijo no Mundo nos próximos 10 anos.


Esse artigo conta a história de Rocky” Jia, que nunca havia experimentado queijo até ser contratado por uma cadeia de supermercados de produtos importados, aos 25 anos. A partir daí, o garoto que nunca tinha visto um queijo de perto na infância, tornou-se o gerente de compras do produto, negociando com fornecedores de todo o mundo. Jia é tanto um símbolo quanto um produto do crescente amor que o consumidor chinês tem nutrido pelo queijo, um alimento praticamente inexistente nos 8 troncos culinários que compõem a gastronomia da China (cantonês, Sichuan, Hunan, Anhui, Shandong, Fujian, Jiangsu e Zheijiang).


"Na medida em que nossa economia cresce, nosso sociedade abre-se a outras culturas, e assim ocorre uma maior interação com o ocidente e em especial com os países produtores de queijo", disse Jia em uma entrevista. "Haverá cada vez mais aceitação do produto entre os consumidores chineses, pois o queijo já está se tornando um produto bastante apreciado nas cidades maiores e mais abastadas, e em especial entre os mais jovens. Tendências lideradas pelos jovens e pelas classes mais ricas tendem e se espalhar".


Rocky Jia nunca havia visto um queijo de perto antes dos 25 anos. Hoje, é o responsável pela importação do produto em uma cadeia de supermercados

A Imagem do Queijo na China


É bastante comum encontrarmos referências a respeito das quantidades de cálcio e proteínas presentes no queijo, sempre de uma maneira positiva. "Bom para gestantes e para terceira idade", conforme o site Baidu Baike, o equivalente à Wikipédia na China. Em geral, queijo é apresentado como um "concentrado de leite", com todos os seus benefícios potencializados.


Até mesmo os aspectos muitas vezes percebidos como negativos do queijo são colocados em segundo plano, pois a China é um país com percentual ainda pequeno de obesidade, por isso não há muita preocupação com o consumo de gorduras.


Como o queijo é apresentado na China

Como Entrar no Mercado Chinês


Quando se fala em entrar em um mercado estrangeiro, diversas medidas são fundamentais, mas em geral deve-se aplicar a mesma lógica que se aplicaria na expansão a novos mercados dentro do próprio Brasil, por exemplo.


Muitos empresários nutrem a fantasia de ser possível entrar no mercado chinês sem a necessidade de cumprir uma série de passos básicos e elementares que, mesmo em uma simples entrada em novos mercados mesmo dentro do Brasil, seriam absolutamente fundamentais.


Por exemplo, digamos que sua empresa seja do sul do Brasil, e você está pretendendo lançar seus produtos no nordeste. Depois de alguma pesquisa, você identifica uma grande rede de supermercados, digamos, na Bahia. Após entrar em contato por internet, consegue despertar algum interesse do gerente de compras da referida rede, que resolve responder ao seu contato.


Geralmente departamentos de compras de redes de varejo são extremamente concorridos, com representantes comerciais altamente profissionais formando filas de espera na porta para agendar uma visita e apresentar seus produtos.


Vamos imaginar o seguinte diálogo hipotético, entre o tal comprador da rede de supermercados e você:


- (Comprador) Ok, recebi seu email e, embora eu já tenha algumas dezenas de marcas de produtos similares em meu supermercado, e algumas outras centenas de ofertas de outros fabricantes, estou interessado em conhecer seu produto.

- (Você) Ótimo, vou te enviar então um arquivo PDF com a apresentação de nossa empresa e produtos. Só tem um problema, não temos nada em língua portuguesa. Poderia te mandar em grego. Pode ser?

- (Comprador) Na verdade, eu não falo grego! Mas posso tentar ver seu site. Pode me mandar o link?

- (Você) Você vai me desculpar, mas nosso site está todo em grego, e não temos nada em sua língua.

- (Comprador) Nem o alfabeto grego eu consigo entender! Mas vou te dar uma chance. Pode vir me visitar para apresentar o produto.

- (Você) Obrigado, mas não posso ir, pois é muito longe e o investimento na viagem é muito alto".

- (Comprador) Bem, se é assim, peça para um representante fazer a visita, então.

- (Você) Não temos representantes na sua região.

- (Comprador) ... Assim fica difícil... Mas pode me mandar as amostras, e vamos analisar.

- (Você) Posso oferecer algumas unidades de amostras, mas você deve me pagar (adiantado) o custo do envio. O valor é em torno de R$2 mil e assim que você depositar em minha conta posso preparar o envio


Imaginando o diálogo hipotético acima, quais seriam as chances de se conseguir fechar algum negócio?


Pois é exatamente o que grande parte dos empresários que cogitam vender para a China acabam fazendo: tentam iniciar a prospecção de possíveis clientes muito prematuramente, sem ter as ferramentas mínimas necessárias para expor suas empresas e produtos: sem absolutamente nenhum material de apresentação em mandarim, sem um representante local atuando em seu nome, e sem nenhuma amostra disponível para apresentar, tendo que, sempre que necessário, enviar diretamente do Brasil via DHL ou similares, pagando valores absurdos.


A necessidade de haver todo esse preparo antes de adentrar o mercado Chinês é o que explica o enorme número de empresas estrangeiras legalmente estabelecidas na China, como multinacionais - mais de 450.000.


Queijos importados na China

O problema é que, em geral, vir para a China por conta própria, a fim de cumprir todas estas etapas que se fazem necessárias para inserir-se no marcado, é algo bastante custoso e demorado, se for realizado de uma forma individual.


Pensando em criar uma alternativa simples e econômica para a solução desse desafio, nós da Business Nesting criamos a primeira Incubadora de Internacionalização de Negócios, onde auxiliamos empresas brasileiras e se adaptarem em todos os aspectos ao mercado chinês, além de atuarmos como seus representantes na China, enquanto todos estes passos preparatórios são realizados.


Durante o programa, realizaremos em conjunto todo o passo-a-passo para a sua entrada no maior mercado do mundo de uma forma completa e segura, para que ao fim do processo sua empresa esteja visível e sua marca protegida, com site, catálogos e apresentações em mandarim, marcas devidamente registradas no equivalente ao INPI chinês, seus produtos devidamente aprovados e cadastrados no sistema da aduana chinesa (pré-requisito para poder serem importados), suas etiquetas e embalagens adaptadas à legislação local, montagem de um showroom físico (que ficará hospedado em nosso escritório), amostras, organização de degustações, assessoria jurídica com advogados chineses, etc.


Convidamos os interessados a conferir, em nosso site, os detalhes de nossa Incubadora de Internacionalização de Negócios, ou baixar nossas apresentações clicando nas imagens abaixo:












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